1º PASSO DA SOBRIEDADE: Admito minha dependência dos vícios e pecados. Sozinho não posso vencê-los

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Palavra: Ef 6,1-4:
1. “Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor; porque isto é justo.
2. O primeiro mandamento acompanhado de uma promessa é: honra teu pai e tua mãe,
3. para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra.
4. Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor.”

Admito: Não consigo ser sóbrio. Assim iniciamos o nosso ciclo, reconhecendo que a nossa própria caminhada de sobriedade precisa ser revista. Porque aceitamos, porque não avaliamos as consequências, o mal se enraíza em nosso coração e ganha espaço nas nossas ações. As nossas opções erradas afetam a nós e à nossa família. O diálogo deixa de acontecer. Trocamos aqueles a quem amamos por uma tela quadrada que está em frente ao sofá e que não nos permite abrir a boca. Apenas deixamos adentrar em nossos ouvidos todos os tipos de alienação. Quantas vezes já não rimos feito completos idiotas com imagens e falas desnecessárias à nossa vida, enquanto sequer abrimos um sorriso pra quem está do nosso lado?

Nossos filhos acabam por nos trocar por grupos que muitas vezes nem conhecemos, influenciados talvez por este mesmo mal que também maltrata o nosso coração. Admitir que chegamos no fundo do poço é doloroso demais, mas admitir e ter nos expor parece-nos ser pior ainda. Ou parece pior viver se escondendo sem procurar ajuda? Se a droga entrou em nossa casa, causando divisões; se ficamos cegos, procurando culpados; se queremos encontrar a raiz do problema, mas não nos colocamos como fazendo parte desse problema, não teremos nenhum sucesso, nenhum avanço. Tentaremos solucionar e sempre vamos voltar ao mesmo lugar, porque o ciclo torna-se vicioso.

Sem informação, sem compreensão, sem desejo de mudança, sem reconhecer a parte que nos compete fazer, sem humildade, sem o coração aberto pra ser rasgado, sem admitir que também precisamos ser transformados, não conseguiremos dar sequer um passo nesta Caminhada de Vida Nova. Outra orientação muito importante: sozinhos não vamos muito longe. A nossa sobriedade de pensamento, sentimento e ação precisa ser acolhida pelo outro. E significada, precisa ser validada constantemente para que não nos tornemos donos da verdade e não nos percamos em erros ainda mais graves. Como podemos falar de transformação, se não vivenciarmos? Tornamo-nos dessa maneira cegos conduzindo outros.

O Grupo de Autoajuda vem nos auxiliar nesse processo de busca de informação, de vivência e conhecimento interior pela Palavra, de orientação das relações familiares através da Terapia do Amor, dando um novo suporte com o Programa de Vida Nova que vai nos possibilitar uma transformação pessoal e consequentemente a transformação das nossas relações familiares. Portanto, este desafio não cabe apenas aos dependentes, mas na mesma condição, aos familiares. Se juntos conseguirmos trabalhar a mudança, melhor ainda. Todavia, ainda que os nossos dependentes não se admitam como tais, ainda que precisemos lidar com essa resistência, que não sejamos nós a nos acomodar.

O inverso também é verdadeiro. Se um dependente luta pela sua sobriedade é de suma importância que o seu familiar se comprometa, que abrace a causa reconhecendo o quanto uma droga, seja ela lícita ou ilícita pode prejudicar uma família. A vida é uma renovação total das relações, onde o respeito mútuo é devido a todos. Nesta Leitura, Deus nos convida a uma transformação radical das relações pessoais e familiares. A vida cristã é uma luta contínua contra o mal, e os recursos que as famílias devem usar para vencer o flagelo das drogas são o diálogo, o testemunho, a Fé, a Oração e a Verdade contida na Palavra de Deus. O milagre se dará na perseverança.

Segue abaixo um link de uma música que diz “que a vida só se dá pra quem se deu, pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu”. Pensemos na vida como uma dádiva que deve ser ofertada a Deus para que ela tenha sentido para nós. Assim, Deus pode nos apresentar milhares de oportunidades para vivê-la de forma íntegra e na Sua graça. Que neste início de Caminhada possamos ser perseverantes e continuemos este grande desafio.

Malena Andrade – Psicóloca assessora da Pastoral da Sobriedade na Diocese de Blumenau

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