Dia 25 de maio de 2017 – Quinta-feira da 6ª semana da Páscoa
No Brasil, Ano Mariano (2016 – 12.10 – 2017), instituído pela CNBB em comemoração do 300º aniversário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo – “Bem-aventurada é aquela que acreditou” (Lc 1,45)!
Evangelho segundo S. João 16,16-20:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me».
Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’, e ainda: ‘Eu vou para o Pai’?».
E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não sabemos o que está a dizer».
Jesus percebeu que O queriam interrogar e disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’.
Em verdade, em verdade vos digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria».
Comentário
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Conferências sobre a Justificação, n.º 9, 9
«A vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Col 3,3)
Cristo, que prometera tornar todos os seus discípulos um só em Deus com Ele, que prometera que estaríamos em Deus e Deus em nós, realizou essa promessa; de um modo misterioso, Ele realizou esta grande obra, este privilégio espantoso. E tê-lo-á feito subindo para o Pai: a sua ascensão corporal foi a sua descida espiritual, a sua assunção da nossa natureza até Deus foi ao mesmo tempo a descida de Deus até nós. Podemos dizer que verdadeiramente, embora em sentido escondido, Ele nos transportou até Deus e trouxe Deus até nós, segundo o ponto de vista que adoptarmos.
Assim pois, quando S. Paulo diz: «a vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Col 3,3), podemos perceber que quer dizer-nos que o princípio da nossa existência já não é uma origem mortal e terrena, tal como a de Adão depois da queda, mas que nós somos batizados e escondidos de novo na glória de Deus, nessa luz pura da sua presença que tínhamos perdido a seguir à queda de Adão. Somos verdadeiramente recriados, transformados, espiritualizados, glorificados na natureza divina. Por Cristo recebemos, como por um canal, a verdadeira presença de Deus, dentro e fora de nós; somos impregnados de santidade e de imortalidade.
E é esta a nossa justificação: a nossa subida por Cristo até Deus ou a descida de Deus por Cristo até nós, podemos dizer de uma maneira ou da outra. […] Nós estamos nele, e Ele está em nós; Cristo é «o único mediador» (1Tim 2,5), «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6), que une a Terra ao Céu. E é esta a nossa verdadeira justificação – não apenas o perdão ou o favor, não apenas uma santificação interior, […] mas a morada em nós de nosso Senhor glorificado. Tal é o grande dom de Deus.
Neste mês de maio, com o Papa e toda a Igreja, rezemos nas seguintes intenções:
Pela Evangelização: Pelos cristãos em África, para que deem um testemunho profético de reconciliação, de justiça e de paz, à imagem de Jesus Misericordioso.