Neste ano de 2009, preferiu-se celebrações paroquiais de Corpus Christi, em vez de comarcais, como aconteceu durante os quase dez últimos anos. Diversificaram-se também os horários e as formas de celebração pelas paróquias. Mesmo assim, na Paróquia da Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau, Centro, não faltou o brilho que a mesma solenidade litúrgica merece. Desde a madrugada, famílias, grupos, movimentos pastorais, com amor, fé e arte, dedicavam-se a confeccionar os tapetes que enfeitaram todo o trajeto percorrido pela procissão, medindo mais de 1 km, pelas ruas da cidade.
A missa solene, alusiva à ocasião foi presidida pelo Bispo Diocesano de Blumenau, Dom José Negri. O Coral Santa Cecília, da Catedral, com o acompanhamento do órgão de tubos, abrilhantou a cerimônia, dando espaço ao canto do povo, através do qual, a assembléia reunida expressa sua alegria e seu entusiasmo.
Era visível a emoção profunda de muitos fiéis, especialmente à homilia de Dom Negri. Percebia-se a sede de ouvir a Palavra numa celebração que parece dispensá-la porque o corpo e o sangue do Senhor recebem toda a atenção, a ação de graças, o louvor, o júbilo. Não só de pão vive o homem, porém, evidenciam os Evangelhos. A Palavra igualmente torna-se alimento. Ela verbaliza e interpreta o acontecimento. Além disso, como espírito, como ente dotado de intelecto, a pessoa humana, necessita da palavra para comunicar-se e receber comunicação. Por este motivo, Deus, primeiro quis tornar-se Palavra em Jesus Cristo, seu Filho, para, no momento da última ceia, tornar-se explicitamente pão.
Na pregação do Bispo de Blumenau, Santo Agostinho foi citado diversas vezes. Com seus escritos, o santo e douto bispo dos primórdios da Igreja ilumina o Mistério Sublime do Altar, tanto na sua dimensão teológica como no seu aspecto vivencial, social e cósmico.
No trajeto da procissão, três altares foram preparados: o primeiro era dedicado ao Padroeiro São Paulo Apóstolo; o segundo, ao ano Catequético que transcorre neste ano, e o terceiro recordava o Ano Sacerdotal, com seu lema Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote, a iniciar-se no próximo dia 19 de junho.
Momento inesquecível aconteceu quando a multidão apinhou-se em frente às escadarias da Catedral. Ali, foi entoado o canto Tão Sublime Sacramento, seguindo-se a esperada e solene bênção do Santíssimo Sacramento sobre as pessoas presentes, suas famílias, seus enfermos, seu trabalho, seu estudo, sobre toda cidade, enfim.
Logo após, o Bispo entregou ao Diácono o Ostensório com a consagrada hóstia. Ele o conduziu até o interior da Catedral. Dom José, ainda paramentado, de mitra e báculo, caminhou até à frente do Presbitério. Dali, distribuiu muitas bênçãos individuais a quem, devotamente buscava-a.
Por Pe. Raul Kestring