São Ricardo – Padroeiro da Família Exemplo de santidade para os filhos e todos que estavam a sua volta
Nasceu na Inglaterra, no século VII e teve três filhos que também foram reconhecidos pela Igreja como santos. Ao descobrir a sua vocação para a vida matrimonial, quis ser santo, mas também quis que seus filhos o fossem, formando uma família santa para Deus. Ele fez, diariamente, a sua opção, porque a santidade passa pela adesão da nossa liberdade. Somos livres, somos todos chamados a canalizar a nossa liberdade para Deus, o autor da verdadeira liberdade.
O santo inglês quis fazer uma peregrinação juntamente com os seus filhos chamados Winebaldo, Wilibaldo e Walberga. Mas, ao saírem da Inglaterra rumo à Terra Santa, passaram por Luca, norte da África, onde São Ricardo adoeceu gravemente e faleceu no ano de 722. Para os filhos, ficou o testemunho, a alegria do pai, a doação, o homem que em tudo buscou a santidade; não apenas para si, mas para os outros e para seus filhos. São Bonifácio, parente muito próximo, convocou os filhos de São Ricardo para a evangelização na Germânia. Que linda contribuição! Walberga tornou-se abadessa; Wilibaldo, Bispo e Winebaldo fundou um mosteiro. Todos eles, como o pai, viveram a santidade.
São Ricardo foi santo no seu tempo. De família nobre, viveu uma nobreza interior, que precisa ser a de todos os cristãos; aquela que muitos podem nem perceber, mas que Deus está vendo. Os frutos mais próximos que podemos perceber na vida desse santo são seus filhos que, assim como o pai, também foram santos. Ele quis ser santo e batalhou para sê-lo como Nosso Senhor Jesus Cristo foi, é e continuará sendo. Sejamos santos.
São Ricardo, rogai por nós!
7 de Fevereiro.
SÃO RICARDO, REI E CONFESSOR
(+ Luca, Itália, 722)
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Este monarca inglês teve um reinado curto, mas cheio de bons exemplos de governo sábio e prudente. Sua principal preocupação era ministrar a justiça, tendo um do especial para apaziguar contendas e harmonizar interesses conflitantes.
Abdicou da coroa e partiu para a Terra Santa, com o desejo de se tornar monge, mas faleceu durante a viagem, na Itália.
Foi pai de três príncipes que também receberam as honras dos altares: São Vinebaldo, São Vilibaldo e Santa Valberga.
No século V, a rainha da Inglaterra meridional era Sexburga, que mais tarde se tornou abadessa e uma santa da Igreja Católica. Ela teve três filhos e duas filhas, estas, a seu exemplo, fundaram mosteiros dedicando-se aos pobres e a Cristo. Também o caçula Winfrido, ou Bonifácio, deixou a vida da corte para ser monge beneditino, hoje venerado como o grande “Apóstolo da Alemanha”.
O primogênito Egberto I, assumiu o trono no ano de 664, mas após onze anos morreu, deixando o sucessor ainda muito pequeno. Foi assim que, o filho do meio, Hlother ou Ricardo I, se tornou rei da Inglaterra e guardião da coroa do sobrinho. Em 685, empossou o jovem rei Eadric I, que era o legítimo herdeiro da casa real dos Kents.
Ricardo deixou o palácio com os filhos Vilibaldo, Vunibaldo e Valburga, indo morar no mosteiro de Waltham, onde viveram sob as regras dos beneditinos. A partir daí os dados de suas vidas são descritos pelos registros da Santa Sé.
No ano de 720, conforme uma narração de um monge alemão, Ricardo e os dois filhos, então já monges, saíram da Inglaterra meridional, para empreenderem uma peregrinação de penitência e devoção. A filha Valburga ficou no mosteiro, onde seguia a vida de religiosa. A meta, como sempre, era Roma, onde pretendiam venerar as relíquias dos apóstolos Pedro e Paulo. De lá queriam ir até a Terra Santa.
Atravessaram toda a França, mas quando chegaram na cidade de Luca, a viagem teve de ser interrompida porque Ricardo ficou doente e acabou falecendo.
Foi sepultado na igreja de são Frediano em 722.
Os milagres foram acontecendo em seu túmulo e o local se tornou uma rota de devoção para os cristãos, que o chamavam de “rei, santo”. Só Vilibaldo pôde completar o programa, porque Vunibaldo ficou estudando em Roma até 739. Depois os dois foram recrutados pelo tio Bonifácio, que acabara de ser elevado à condição de bispo, para a missão evangelizadora dos povos germânicos. Por fim, à eles se juntou a irmã Valburga, também a pedido do tio.
Sobre Ricardo, lemos no Martirológio Romano: “Em Luca, na Toscana, a deposição de são Ricardo, rei da Inglaterra e pai de são Vilibaldo, bispo de Eichstat, de são Vunibaldo abade de Heidenheim e da santa Valburga, abadessa virgem.” Seu culto se propagou graças as colaborações eficazes na obra de evangelização dos seus filhos e do irmão.
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Bem-Aventurada Eugênia Smet
1825-1871
Fundou a Congregação das
irmãs Auxiliadoras das Almas
do Purgatório
Beata Maria da Providência (Eugênia Smet) – Festejada 7 de fevereiro
Segundo a doutrina da Igreja Católica, o Purgatório não é um nível intermédio entre o Inferno e o Paraíso, mas um estado de purificação onde as almas dos que morreram em estado de graça (isto é, não estão manchados pelo pecado mortal e, portanto, já estão destinadas ao Paraíso), ainda precisam se purificar para ver a face de Deus no Céu. Isto se justifica pela existência nas almas de manchas originadas pelos pecados veniais (ou leves) e pelas penas temporais devidas ao pecado, pois que ‘nada de impuro pode entrar no céu’ (Ap.21,27).
A existência do Purgatório se baseia no testemunho da Sagrada Escritura e da Tradição. Vários Concílios o definiram como dogma; Santos Padres e Doutores da Igreja o atestam a uma voz. Há uma prisão da qual não se sairá senão quando tiver pago o último centavo. (Mt 18, 23-35).
O menor sofrimento no Purgatório, como dizem os santos, ultrapassa todos os possíveis sofrimentos na terra. Está em nosso poder reduzi-los e ajudar as almas a alcançar a felicidade pela qual anseiam. Por isso o amor ao próximo deve ser o estímulo para lhes levar ajuda.
Santa Faustina, no seu diário, registrou muitas passagens referentes ao Purgatório. Eis uma delas:
“Vi o Anjo da Guarda que me mandou acompanhá-lo. Imediatamente encontrei-me num lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas; apenas nós podemos ajudá-las. As chamas que as queimavam não me tocavam. O meu Anjo da Guarda não se afastava de mim nem por um momento. E perguntei a essas almas qual era o seu maior sofrimento. Responderam-me, unânimes, que o maior sofrimento delas era a saudade de Deus. Vi Nossa Senhora que visitava as almas no Purgatório. As almas chamam a Maria “Estrela do Mar.” Ela lhes traz alívio. Queria conversar mais com elas, mas o meu Anjo da Guarda fez-me sinal para sair. Saímos pela porta dessa prisão de sofrimento. Ouvi então uma voz interior que me dizia: A Minha misericórdia não deseja isto, mas a justiça o exige. A partir desse momento, me encontro mais unida às almas sofredoras” (D.20).
Em vista de tudo o que foi acima exposto, se compreenderá a importância da fundação levada a cabo pela Beata Maria da Providência.
Eugênia Maria Josefina Smet nasceu no dia 25 de março de 1825, na cidade de Lille, França. Era a terceira de seis filhos de uma família abastada de origem flamenga. Estudou por dez anos junto às Irmãs do Sagrado Coração de Lille. Concluídos os estudos, desejava ingressar naquele instituto como religiosa, mas retornou à sua casa.
Embora tivesse inclinação para a vida religiosa, permaneceu em família e dedicou-se ao apostolado leigo. Comunicou ao seu confessor que havia feito o voto privado de castidade e depois começou a trabalhar nas obras de caridade.
Tornou-se membro da obra pela propagação da fé, fundada em Lion no ano de 1822 por Paulina Jaricot, ela também uma leiga, obra esta que vinha obtendo uma ampla difusão e influência; os sócios ajudavam as missões com a oração diária e com uma esmola semanal. Pequenos gestos somados produzem grandes resultados.
Nessas obras ninguém da paróquia tinha tanta dedicação quanto Eugênia. Distribuía diariamente alimentos aos carentes e aos enfermos. Sua participação ativa e objetiva aumentava cada vez mais os donativos para as obras missionárias, deixando os padres admirados com o seu senso de organização e carisma. “É necessário ajudar bem a Providência”, dizia ela, justificando os crescentes donativos e pacotes de alimentos que conseguia.
Em novembro de 1853, aos 28 anos, decidiu promover uma associação de fieis empenhados em rezar pelas almas do Purgatório. Logo conseguiu adesões, mas as dificuldades que encontrou levaram-na a fundar, com o mesmo objetivo, uma congregação de religiosas.
Durante três anos pediu conselhos a muitos, inclusive ao próprio papa Beato Pio IX e ao Santo Cura d’Ars, que deram a ela todo apoio, e, finalmente, nos primeiros dias de 1856, ela está em Paris. Era a Paris triunfal de Napoleão III, da vitória da Crimeia, dos grandes congressos e projetos.
Com a orientação espiritual de um padre jesuíta e com mais cinco religiosas, iniciou a Congregação das Auxiliadoras das Almas do Purgatório, com a finalidade de rezar pelos defuntos.
Mas, Maria da Providência (nome que adotou na Congregação) conheceu o duríssimo “purgatório” que muitos passavam ainda em vida e por isso estabeleceu que as Irmãs Auxiliadoras deveriam interceder em duas frentes: pelas almas, com suas orações; pelos vivos carentes, alimentação, alfabetização e tratamento quando enfermos.
Assim, sempre confiante na Providência, seguiu avante serena e decidida, promovendo uma sólida ligação entre o terreno e o celeste: toda alegria doada neste mundo é convertida para os outros em esperança de maior beatitude no mundo invisível.
A regra e a espiritualidade de Santo Inácio foram adotadas em 1859, consolidando o Instituto, cuja expansão é lenta porque a fundadora não tem pressa: com sua praticidade flamenga ela quer primeiro “robustecer as raízes”. Uma casa foi aberta em Nantes em 1865 e dois anos depois nascia a casa missionária de Xangai, China.
No final do século XX as Auxiliadoras eram cerca de 1500 em sessenta casas espalhadas pelo mundo.
Nos últimos anos a fundadora dirigiu o Instituto em meio a sofrimentos físicos e a tragédia da guerra perdida contra a Prússia. Ela se extinguiu sob os tiros dos canhões inimigos. O sacerdote que a assistia, Pe. Pierre Olivaint, morreria nos massacres da Comuna de Paris alguns meses depois. A Fundadora faleceu no dia 7 de fevereiro de 1871 consumida por um câncer. Seu rosto crispado pelas dores voltou à serenidade após sua morte.
Pio XII a proclamou beata em 1957, com sua celebração litúrgica no dia 7 de fevereiro.