O primeiro beato da Papua Nova Guiné: uma figura a ser redescoberta em vista da Family 2012
Por Gerolamo Fazzini
ROMA, quarta-feira, 30 de Abril de 2012 (ZENIT.org) – Pietro To Rot é um catequista da Papua Nova Guiné, morto em 1945 por causa da sua oposição à poligamia; celebra-se este ano o centenário do seu nascimento. O Bispo de Rabaul, o Bergamês salesiano Francesco Panfilo, Bispo de Rabaul, propõe: "Por que não redescobrir essa figura marido e pai modelo, justo em vista do VII Encontro Mundial das Famílias que acontecerá em Milão?".
O nome de To Rot nos diz pouco ou nada, mas para a Igreja de Papua é uma glória local genuína: é, de fato, o primeiro beato daquela terra, elevado à glória dos altares, no dia 17 de janeiro de 1995 por João Paulo II . Não é por acaso que, há poucos dias atrás, os bispos de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão fizeram uma peregrinação ao santuário de Rakunai, país natal do beato. E no verão estão previstas celebrações jubilares a serem realizadas no dia 7 de julho, festa litúrgica do beato.
Pedro nasce de um chefe da tribo, dentre os primeiros convertidos à fé católica. Do seu pai, Angelo, o jovem Pedro herda as qualidades de um líder, da sua mãe Maria – cristã fervorosa – uma sensibilidade religiosa não comum. Com estas características, unidas à predisposição para os estudos, algumas pessoas vêem muitos "sinais de vocação" para o sacerdócio e pensam enviar o garoto para estudar na Europa. Mas o pai escolhe para Pedro um futuro leigo: com apenas 21 anos já é um bom catequista, inestimável colaborador dos missionários. Em 1936, aos 24 anos, casou-se com Paula Varpit, uma menina de 16 anos, também ela muito fervorosa.
"Inspirado por sua fé em Cristo, foi um marido devoto, pai amoroso e um catequista comprometido, conhecido pela sua cordialidade, pela sua gentileza e pela sua compaixão”: assim em 1995 o Papa Wojtyla falava de Pietro To Rot, acrescentando que ele " tratou a sua mulher Paola com grande respeito; orava com ela toda manhã e toda noite. Para os seus filhos tinha uma grande afeição passava com eles o máximo do tempo que fosse possível”. Ainda: o beato "teve uma grande visão do matrimônio e, apesar do grande risco pessoal e da oposição, defendeu a doutrina da Igreja sobre a unidade do matrimónio e da necessidade de fidelidade mútua."
Durante a Segunda Guerra Mundial, de fato, a sua aldeia, Rakunai, foi ocupada pelos japoneses, os missionários acabaram presos, mas To Rot assumiu a responsabilidade pela vida espiritual dos seus concidadãos, continuando a ensinar os fiéis, a visitar os doentes e batizar . Mas quando as autoridades legalizaram a poligamia, o Beato Pedro denunciou firmemente essa prática. Comentou João Paulo II: "Ele proclamou com coragem a verdade sobre a santidade do casamento. Recusou tomar o "caminho mais fácil" do compromisso moral. "Devo cumprir o meu dever e como testemunho na Igreja de Jesus Cristo”, explicou. O medo do sofrimento e da morte não o pararam ." Mesmo na prisão Pedro permaneceu sereno, até mesmo alegre, até que ele foi assassinado com uma injeção em julho de 1945 por um médico japonês.
Comenta Mons. Panfilo. "Pedro To Rot, catequista e mártir, foi um grande defensor da família e do sacramento do matrimônio. Este ano na Diocese de Rabaul estamos comemorando o centenário, apontando para a renovação da família. E eu espero que o VII Encontro Mundial das Famílias, programado em Milão, represente uma oportunidade para valorizar essa figura".