As palavras de Bento XVI durante o Regina Caelis na segunda-feira depois da Páscoa
ROMA, domingo, 15 de abril de 2012 (ZENIT.org) – Apresentamos a seguir as palavras de Bento XVI pronunciadas na segunda-feira do Anjo, 09 de abril, em Castel Gandolfo durante o tradicional Regina Caeli.
Queridos irmãos e irmãs!
Bom dia a todos! A segunda-feira depois da Páscoa é em muitos países um dia de feriado, no qual se faz um passeio em meio à natureza, ou mesmo se visita os parentes mais distantes para se reecontrar em família. Mas gostarei que estivesse presente na mente e no coração dos cristãos o motivo deste feriado, isto é, a Ressurreição de Jesus, o mistério decisivo da nossa fé. De fato, como escreve são Paulo aos Coríntios, “se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor 15,14). Por isso, nestes dias é importante reler as narrações da ressurreição de Cristo que encontramos nos quatro Evangelhos e reler com o coração. Trata-se de narrações que, de maneiras diversas, apresentam os encontros dos discípulos com Jesus ressuscitado, e nos permite assim meditar sobre este evento estupendo que transformou a história e dá sentido a existência de cada homem, de cada um de nós.
O evento da ressurreição, enquanto tal, não vem descrito pelos Evangelistas: esse permanece misterioso, não no sentido de menos real, mas em segredo, além do alcance de nosso conhecimento: como uma luz tão brilhante que não se pode observar com os olhos, pois cegaria. As narrações começam, em vez, ao amanhecer do dia após o sábado, as mulheres foram até o sepulcro e o encontraram aberto e vazio. São Mateus fala também de um terremoto e de um anjo brilhante que girou a grande pedra da tumba e estava sentado sobre ela (cfr Mt 28,2). Recebido do anjo o anúncio da ressurreição, as mulheres, cheias de temor e de alegria, correram para dar a notícias aos discípulos, e justamente naquele momento encontraram Jesus, se prostraram aos seus pés e o adoraram, e Ele disse: “Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão” (Mt 28,10). Em todos os Evangelhos, as mulheres têm um grande lugar nas narrações das aparições de Jesus ressuscitado, como também naquelas sobre a paixão e a morte de Jesus.Naqueles tempos, em Israel, o testemunho das mulheres não podia ter valor oficial, jurídico, mas as mulheres viveram uma experiência de ligação especial com o Senhor, que é fundamental para a vida concreta das comunidades cristãs, e isso sempre, em cada época, não apenas no início do caminho da Igreja.
Modelo sublime e exemplar deste relacionamento com Jesus, de maneira particular no seu Mistério Pascal, é naturalmente Maria, a Mãe do Senhor. Justamente por meio da experiência transformadora da Páscoa de seu Filho, a Virgem Maria se torna também Mãe da Igreja, isto é de cada um daqueles que crêem e de toda a comunidade.A ela nos dirigimos agora e a invocamos como Regina Caeli, com a oração que tradicionalmente se faz no lugar do Angelus durante todo o tempo pascal. Maria nos ajude a experimentar a presença viva do Senhor ressuscitado, fonte de esperança e de paz.