“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (João 6, 68)!
Dia 26 de dezembro de 2011 – Santo Estêvão, primeiro mártir, festa
Evangelho segundo S. Mateus 10,17-22:
Tende cuidado com os homens: Vão entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas suas sinagogas;
sereis levados perante governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos.
Mas, quando vos entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer.
Não sereis vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós.
O irmão entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos vão erguer se contra os pais e vão causar-lhes a morte.
E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e depois bispo em Constantinopla, doutor da Igreja
Homília para a Sexta-feira Santa «A Cruz e o ladrão»
«Senhor, não lhes atribuas este pecado»
Imitemos Nosso Senhor e rezemos pelos nossos inimigos. […] Ele estava crucificado e, ao mesmo tempo, rezava a Seu Pai em favor daqueles que O crucificavam. Mas como poderei eu imitar o Senhor, podemos perguntar-nos. Se quiseres, podes. Se não fosses capaz de o fazer, como poderia Ele ter dito: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração»? (Mt 11,29) […]
Se tens dificuldade em imitar o Senhor, imita pelo menos aquele que é também Seu servo, Seu diácono. Falo de Estêvão. Ele, com efeito, imitou o Senhor. Do mesmo modo que Cristo, no meio daqueles que O crucificavam, sem ter em conta a cruz, sem ter em conta a Sua própria situação, intercedia ao Pai em favor dos Seus carrascos (Lc 23,34), assim o Seu servo, rodeado por aqueles que o lapidavam, assediado por todos, submetido a uma chuva de pedras, sem ter em conta os sofrimentos que lhe causavam, dizia: «Senhor, não lhes atribuas este pecado» (Ac 7,60). Estás vendo como falava o Filho e como rezava o Seu servo? O primeiro diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem»; o segundo diz: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». De resto, para compreendermos melhor o ardor com que rezava, ele não rezava simplesmente de pé, sob os golpes das pedras: era de joelhos que falava, com convicção e compaixão. […]
Cristo diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem». Estêvão grita: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». Paulo, por sua vez, diz: ofereço este sacrifício «pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne» (cf Rm 9,3). Moisés diz: «Perdoa-lhes este pecado, ou então apaga-me do livro que escreveste» (Ex 32,32). Davi disse: «Peço que descarregues a Tua mão sobre mim e sobre a minha família!» (2Sm 24,17). […] Que perdão pensamos nós poder obter se fizermos o contrário daquilo que nos é pedido e rezarmos contra os nossos inimigos, quando o próprio Senhor e os Seus servos do Antigo e do Novo Testamento nos exortam a rezar em seu favor?
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês de dezembro, rezemos nas seguintes intenções:
Geral: Para que todos os povos da terra, através do conhecimento e do respeito recíprocos, cresçam na concórdia e na paz.
Missionária: Para que as crianças e os jovens sejam mensageiros do Evangelho e para que sua dignidade seja sempre respeitada e preservada de toda a violência e abuso.