«Cada árvore conhece-se pelo seu fruto» – São Francisco de Sales

Tags

Leituras Bíblicas


Dia 10 de setembro de 2011


Ano da Liturgia, especialmente da Eucaristia
– Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida e missão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)

Sábado da 23ª semana do Tempo Comum
 


Evangelho segundo S. Lucas 6,43-49:

«Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto.
Cada árvore conhece-se pelo seu fruto; não se colhem figos dos espinhos, nem uvas dos abrolhos.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração.»
«Porque me chamais 'Senhor, Senhor', e não fazeis o que Eu digo?
Vou mostrar-vos a quem é semelhante todo aquele que vem ter comigo, escuta as minhas palavras e as põe em prática.
É semelhante a um homem que edificou uma casa: cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio uma inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa mas não a abalou, por ter sido bem edificada.
Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a areia, sem alicerces. A torrente arremessou-se contra ela, e a casa imediatamente se desmoronou. E foi grande a sua ruína!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra e doutor da Igreja
Introdução à vida devota, I, cap. 3


«Cada árvore conhece-se pelo seu fruto»


Na criação, Deus mandou que as plantas dessem os seus frutos, cada uma «segundo as suas espécies» (Gn 1,11): da mesma maneira, ordenou aos cristãos, que são as plantas vivas da sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada um segundo a sua qualidade e vocação. A devoção, a vida cristã, deve ser exercida de formas diferentes pelo fidalgo, pelo artesão, pelo criado, pelo príncipe, pela viúva, pela jovem e pela mulher casada; e não só, mas também é preciso acomodar a prática da devoção às forças, às atividades e aos deveres de cada um em particular. […] Seria por isso que o bispo preferia ser solitário como os monges? E se os casados não quisessem trabalhar como os capuchinhos, se o artesão estivesse todo o dia na igreja como o religioso, e o religioso constantemente exposto a todo o tipo de encontros para o serviço do próximo como o bispo? Tal não seria ridículo, desregrado e insuportável? Este erro, no entanto, é muito frequente. […]

Não, a devoção em nada prejudica quando é verdadeira; pelo contrário, tudo aperfeiçoa. […] «A abelha, diz Aristóteles, tira o mel das flores sem as estragar», deixando-as inteiras e frescas como as encontrou. A verdadeira devoção faz ainda melhor, pois, não só não prejudica nenhum tipo de vocação nem actividade, mas, pelo contrário, honra-as e embeleza-as. […] Com ela, cuidar da família torna-se mais pacífico, o amor do marido e da mulher mais sincero, o serviço do príncipe mais fiel, e todos os tipos de ocupação mais suaves e amáveis.

É não só um erro, mas também uma heresia, querer banir a devoção das companhias de soldados, das lojas dos artesãos, da corte dos príncipes, do lar dos casais. […] Onde quer que estejamos, podemos e devemos aspirar à perfeição.


 Com o Papa e com toda a Igreja, neste mês, rezemos nas seguintes intenções:


Geral: Por todos os professores, a fim de que saibam transmitir o amor pela verdade e educar aos autênticos valores morais e espirituais.
Missionária: Para que as comunidades cristãs espalhadas no continente asiático proclamem o Evangelho com fervor, testemunhando a sua beleza com a alegria da fé.
 

 

Leia também...