Após termos nos preparado na semana anterior com o passo admitir, que é o mais complexo dos passos, já que ele deixa para trás toda uma referência do que fomos para reconhecer os erros do passado e escolhermos uma nova condição de vida, estamos hoje nos propondo a viver um novo passo que é o CONFIAR.
No Salmo 22, Davi nos traz o conforto de como é ter Deus presente em nossa vida, isto é, quando nos permitimos. É muito fácil abrir a boca e dizer: “Eu confio em Deus!” Mas apenas dizer não é suficiente. É certo que Deus oferece para nós um projeto de amor, um projeto que seguramente vai nos permitir uma vida de graça em todas as direções – trabalho, família, amigos, comunidade, etc.
Mas confiar em Deus significa abrir os braços e direcionar-se ao seu alcance. Confiar em Deus também requer esforço e ação. É se deixar amolecer, ceder às suas palavras, permitir ser mudado. É acreditar nessa mudança. E para sermos restaurados é preciso que Deus nos toque. E para que Deus nos toque é preciso ir ao seu encontro, abrir aquela porta que muitas vezes deixamos fechada, aquela do coração. E para ir ao seu encontro é preciso que caminhemos em sua direção, na direção desta porta. E para caminhar em sua direção é preciso que a gente abra mão do caminho oposto.
Quando confiamos em Deus, restauramos nossas forças e acalentamos a nossa alma. É por isso também que devemos fazer dessa confiança um exercício contínuo, pois quando estamos restaurados, a gente faz movimentos para o bem e nos desgastamos e precisamos revitalizar as nossas forças. E onde fazemos isso? Na oração, na reflexão, na condição de permitir que o nosso coração se abra para que Deus nos modele.
Há que se ter um desejo em confiar, pois confiar nesse amor de Deus é desejar andar por um caminho reto, em seu nome, ainda que a gente tenha maus desejos, vontades e compulsões. E ainda que tudo venha parecer escuro e que a gente pense em voltar atrás, não devemos temer se confiamos no Senhor, se confiamos que Ele nos ampara, que Ele está sempre conosco.
Em nosso caminho sempre estaremos expostos às ciladas, pois o nosso próprio coração nos engana. E nesse exercício de confiar, vamos nos tornando mais percebedores das situações. Conseguimos identificar com maior facilidade aqueles “amigos” que nos convidam ao vício, nos convidam a fazer companhia para eles, muitas vezes oferecendo artifícios para nos confundirmos, para que não vejamos a sua verdadeira intenção. Porque, se analisarmos bem, quem está em situação de vício nunca quer se afundar sozinho, sempre vai convidar um companheiro a se jogar junto. Vai tentar seduzir procurando nos convencer a abrir mão do nosso propósito e andar no caminho oposto.
Mas devemos nos lembrar que ninguém pode trilhar ao mesmo tempo dois caminhos. As vezes estamos tão cegos que pensamos que podemos fazer as duas práticas, mas agindo assim, ou estamos querendo enganar a alguém ou estamos tentando nos enganar.
Se estamos cegos nesta caminhada é preciso reconhecer que nossa existência vem de Deus, criador e redentor da vida. Precisamos reconhecer Jesus como nosso Senhor e Salvador. Por isso devemos confiar Nele, correr na Sua direção, clamar pela Sua misericórdia.
E Ele, Jesus, não só abrirá nossos olhos como também nosso coração. E assim, confiando, é possível receber a cura, pois o amor de Deus supera todas as fraquezas. Se confiamos, cultivamos a espiritualidade e percebemos a dimensão e grandeza dos propósitos de Deus.
Com confiança, coragem e compromisso, que são os princípios básicos para a cura, teremos condições de nos libertarmos.
Não por nossos méritos, pois não possuímos tamanha capacidade, mas pela misericórdia de Deus, que Ele ouvirá nosso clamor e, com certeza, abrirá nossos olhos e nosso coração, curando-nos de nossas dependências. A cura acontecerá? Quando? Não sabemos. Não temos a medida certa para cada problema e cada pessoa tem o seu tempo para ir à busca de suas soluções. Sabemos claramente que precisamos ser capazes de assumir o compromisso de segui-Lo.
Nesta semana estamos vivenciando também a Semana Nacional de Combate às Drogas. E nesse propósito estaremos distribuindo nas Paróquias um folder explicativo sobre o trabalho desenvolvido na Pastoral da Sobriedade, como também chamando a atenção de todos a se envolver com esta causa tão preocupante e urgente.
Em Navegantes estaremos realizando uma caminhada neste dia 26/06 em prol da vida. Queremos manifestar a nossa condição de indignação, em protesto ao mal que ataca as famílias, deixando-as amputadas de seus filhos e parentes que se perderam e não conseguiram voltar ao seu seio familiar.
Além de todo o nosso esforço na prática dessa luta, é preciso acima de tudo muita oração para que essas pessoas possam se deixar envolver pelo Amor de Cristo, e que as famílias possam confiar que há um Deus que é maior que todas as coisas, e que tomem a coragem de procurar ajuda para o tratamento e reestruturação emocional.
Firmando essa conscientização, orientamos que aquele que tenha dúvidas, busque orientações em sua comunidade e assim possamos criar uma rede de informações no combate às drogas.
Paz e bem!
Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Blumenau