Leituras Bíblicas
Dia 19 de abril de 2011
Ano da Liturgia – Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida e missão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)
3a-FEIRA DA SEMANA SANTA
Livro de Isaías 49,1-6:
«Ouvi-me, habitantes das ilhas, prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do Senhor , e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o Senhor declara-me que me formou desde o ventre materno, para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacó, e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o Senhor. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de Jacob, e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra.»
Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4.5-6.15.17:
Em ti, Senhor, me refugio, jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me; inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.
Sê a minha proteção e o refúgio onde me acolho. Tu prometeste salvar-me, pois és o meu rochedo e a minha fortaleza.
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio, das mãos do opressor e do violento.
Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus, e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno, desde o ventre materno és o meu protetor; és o objeto contínuo do meu viver.
A minha boca proclamará a tua justiça, e todo o dia anunciarei a tua salvação.
Instruíste me, ó Deus, desde a minha juventude e até hoje anunciei sempre as tuas maravilhas.
Evangelho segundo S. João 13,21-33.36-38:
Tendo dito isto, Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu
peito. Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?»
Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: ‘Compra o que precisamos para a Festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres.
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: ‘Para onde Eu for vós não podereis ir’, também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás de seguir-me mais tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!»
Replicou Jesus: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e em seguida bispo de Constantinopla, doutor da Igreja.
Homilias sobre a conversão pronunciadas aquando do seu regresso do campo, n°1 (a partir da trad. DDB 1978, p. 32)
«Judas saiu logo, fazia-se noite»
Judas exprimira o seu arrependimento: «Pequei ao entregar sangue inocente» (Mt 27,4). Mas o demônio, ao ouvir estas palavras, percebeu que Judas estava no bom caminho e esta transformação assustou-o. Em seguida, refletiu: «O seu mestre é benevolente, pensou; na altura em que ia ser traído por ele, chorou pelo seu destino e suplicou-lhe de mil maneiras; seria de admirar que não o recebesse se ele se arrependesse com toda a sua alma, que renunciasse a abraçá-lo se se erguesse e reconhecesse o seu pecado. Não foi por isso que Ele foi crucificado?» Após estas reflexões, lançou uma profunda perturbação no espírito de Judas; fez com que nele crescesse um imenso desespero capaz de o desconcertar, extenuou-o até que conseguiu levá-lo ao suicídio, roubar-lhe a vida após tê-lo despojado dos seus sentimentos de arrependimento.
Não há dúvida nenhuma: se ele tivesse vivido, seria salvo. Basta olhar para o exemplo dos carrascos. Com efeito, se Cristo salvou aqueles que O crucificaram, se, mesmo na cruz, ainda rezava a Deus e intercedia junto d’Ele para que lhes concedesse o perdão daquele pecado (Lc 23,34), como não teria acolhido o traidor com total benevolência, desde que este provasse a sinceridade da sua conversão? […] Pedro retratou-se por três vezes após ter participado na comunhão dos santos mistérios; as suas lágrimas absolveram-no (Mt 26,75; Jn 21,15ss.). Paulo, o perseguidor, o blasfemador, o presunçoso, Paulo que perseguiu, não apenas o Crucificado, mas também todos os seus discípulos, tornou-se apóstolo após ter-se convertido. Deus pede-nos apenas uma penitência ligeira para nos conceder a remissão dos nossos pecados.
Intenções do Apostolado da Oração para o mês de abril:
Geral: Para que a Igreja saiba oferecer às novas gerações, através do anúncio crível do Evangelho, razões sempre novas de vida e de esperança
Missionária: Para que com a proclamação do Evangelho e o testemunho de vida, os missionários saibam levar Cristo àqueles que ainda não o conhecem.