Leituras Bíblicas
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,51)!
Dia 12 de janeiro de 2011
Quarta-feira da 1ª semana do Tempo Comum – Ano A
Carta aos Hebreus 2,14-18:
Pois, tal como os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Ele partilhou a condição deles, a fim de destruir, pela sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo,
e libertar aqueles que, por medo da morte, passavam toda a vida dominados pela escravidão.
Ele, de fato, não veio em auxílio dos anjos, mas veio em auxílio da descendência de Abraão.
Por isso, Ele teve de assemelhar-se em tudo aos seus irmãos, para se tornar um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel em relação a Deus, a fim de expiar os pecados do povo.
É precisamente porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova, que pode socorrer os que são postos à prova.
Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9:
Louvai o Senhor, aclamai o seu nome, anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-lhe hinos e salmos, proclamai as suas maravilhas.
Orgulhai-vos do seu nome santo; alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Recorrei ao Senhor e ao seu poder e buscai sempre a sua face.
Ó vós, descendentes de Abraão, seu servo, filhos de Jacó, seu escolhido.
Ele é o Senhor, nosso Deus, e governa sobre a terra!
Ele recordará sempre a sua aliança, a promessa que jurou manter por mil gerações,
pacto que fez com Abraão e aquele juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. Marcos 1,29-39:
Saindo da sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João.
A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela.
Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
À noitinha, depois do pôr-do-sol, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos,
e a cidade inteira estava reunida junto à porta.
Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era.
De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração.
Simão e os que estavam com Ele seguiram-no.
E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Homilia do século V sobre a oração
Erradamente atribuída a São João Crisóstomo; PG 64, 461 (a partir da trad. Breviário)
«Foi para um lugar solitário e ali Se pôs em oração»
O bem supremo é a oração, o encontro familiar com Deus. […] A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Por ela, a alma eleva-se ao céu e cinge-se a Deus num abraço inexprimível. Como uma criança chorando ao encontro da sua mãe, ela exprime a profundidade do seu desejo. Ela exprime a sua vontade profunda e recebe dádivas que ultrapassam toda a natureza visível. Porque a oração apresenta-se como uma embaixadora poderosa, ela alegra, ela apazigua a alma.
Quando falo da oração, não imagines que se trata de palavras. Ela é um impulso para Deus, um amor indizível que não vem dos homens e do qual o apóstolo Paulo fala assim: «Não sabemos o que devemos pedir em nossas orações, mas é o próprio Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8,26). Uma oração assim, se Deus a concede a alguém, é para esse uma riqueza imutável, um alimento celeste que satisfaz a alma. Quem a provou é tomado por um desejo constante do Senhor, como um fogo devorador que lhe envolve o coração.