Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 25 de outubro de 2010
Segunda-feira da 30ª semana do Tempo Comum
A Igreja celebra hoje: Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, Frei Galvão (1739-1822) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=25&Mes=10
Carta aos Efésios 4,32.5,1-8:
Sede, antes, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo.
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos bem amados,
e procedei com amor, como também Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós como oferta e sacrifício de agradável odor.
Mas de prostituição e qualquer espécie de impureza ou ganância nem sequer se fale entre vós, como é próprio de santos;
nem haja palavras obscenas, insensatas ou grosseiras; são coisas que não convêm; haja, sim, ação de graças.
Porque, disto deveis ter a certeza: nenhum fornicador, impuro ou ganancioso – o que equivale a idólatra – tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
Ninguém vos engane com palavras ocas; pois são estas coisas que provocam a ira de Deus contra os rebeldes.
Não sejais, pois, cúmplices deles.
É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz.
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6:
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem toma parte na reunião dos libertinos;
antes põe o seu enlevo na lei do Senhor e nela medita dia e noite.
É como a árvore plantada à beira da água corrente: dá fruto na estação própria e a sua folhagem não murcha; em tudo o que faz é bem sucedido.
Mas os ímpios não são assim! São como a palha que o vento leva.
O Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.
Evangelho segundo S. Lucas 13,10-17:
Um dia de sábado, ensinava Jesus numa sinagoga.
Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente.
Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade.»
E impôs-lhe as mãos. No mesmo instante, ela endireitou-se e começou a dar glória a Deus.
Mas o chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus fazia uma cura ao sábado, disse à multidão: «Seis dias há, durante os quais se deve trabalhar. Vinde, pois, nesses dias, para serdes curados e não em dia de sábado.»
Replicou-lhe o Senhor: «Hipócritas, não solta cada um de vós, ao sábado, o seu boi ou o seu jumento da manjedoura e o leva a beber?
E esta mulher, que é filha de Abraão, presa por Satanás há dezoito anos, não devia libertar-se desse laço, a um sábado?»
Dizendo isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja
Catequese baptismal, n.° 13 (a partir da trad. bréviaire / Bouvet, Soleil levant 1961, p. 259)
Libertos dos laços do pecado pela cruz de Cristo
São Paulo disse: «Quanto a mim, porém, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Gl 6,14). Foi coisa deveras admirável, ter aquele cego de nascença recuperado a vista em Siloé; mas que significou isso para todos os outros cegos do mundo? A ressurreição de Lázaro, morto havia quatro dias, foi coisa grande que ultrapassou a natureza; mas essa graça aproveitou apenas a ele, nada trouxe a todos os que, no mundo, tinham morrido pelos pecados cometidos. Foi assombroso fazer brotar, a partir de apenas cinco pães, alimento bastante para saciar cinco mil homens; mas isso nada significou para aqueles que, em todo o universo, sofriam de fome e de ignorância. Admirável foi a libertação de uma mulher acorrentada por Satanás desde há dezoito anos; mas que significará esse fato, comparando-o com a situação de todos nós, que estamos amarrados com as cadeias dos nossos pecados ?
Ora, a vitória da cruz conduziu à luz todos aqueles que a ignorância tornava cegos, libertou todos os que o pecado fazia cativos, e resgatou toda a humanidade. Não te surpreenda que o mundo inteiro tenha sido resgatado. Aquele que morreu por este resgate não era só um homem, mas o Filho unigênito de Deus. O pecado de Adão trouxe a morte ao mundo inteiro; se a queda de um só fez reinar a morte sobre todos os homens, não há de a justiça de um só, com muito mais forte razão, fazer reinar a vida (Rm 5,17)? Se outrora, pela árvore cujo fruto comeram, os nossos primeiros pais foram expulsos do paraíso, não hão de então agora, pela árvore da cruz de Jesus, entrar os crentes muito mais facilmente no Paraíso? Se o primeiro ser modelado de barro a todos a morte trouxe, não há de Aquele que do barro o modelou trazer a todos a vida eterna, pois se é Ele próprio a Vida (Jo 14,6)?