Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 10 de setembro de 2010
Sexta-feira da 23ª semana do Tempo Comum
Hoje a Igreja celebra: São Nicolau Tolentino (1245-1305) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=10&Mes=9
1ª Carta aos Coríntios 9,16-19.22-27:
Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!
Se o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas, não sendo de maneira espontânea, é um encargo que me está confiado.
Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.
De fato, embora livre em relação a todos, fiz-me servo de todos, para ganhar o maior número.
Fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo.
E tudo faço por causa do Evangelho, para dele me tornar participante.
Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um ganha o prêmio? Correi, pois, assim, para o alcançardes.
Os atletas impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível.
Assim, também eu corro, mas não às cegas; dou golpes, mas não no ar.
Castigo o meu corpo e mantenho-o submisso, para que não aconteça que, tendo pregado aos outros, venha eu próprio a ser eliminado.
Livro de Salmos 84,3.4.5-6.12:
A minha alma suspira e tem saudades dos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne cantam de alegria ao Deus vivo!
Até os pássaros encontram abrigo e as andorinhas um ninho, para os seus filhos, junto dos teus altares, Senhor do universo, meu rei e meu Deus.
Felizes os que habitam na tua casa e te louvam sem cessar.
Felizes os que em ti encontram a sua força, e os que desejam peregrinar até ao monte Sião.
Porque o Senhor é sol e é escudo; Ele concede a graça e a glória; o Senhor não recusa os seus favores aos que vivem com retidão.
Evangelho segundo S. Lucas 6,39-42:
Jesus disse-lhes ainda esta parábola: «Um cego pode guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova?
Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre.
Porque reparas no cisco que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista?
Como podes dizer ao teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco da tua vista’, tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás para tirar o cisco da vista do teu irmão
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Explicação do Sermão da montanha, 19 (a partir da trad. DDB 1978, p.134)
«O cisco e a trave»
«Como podes dizer ao teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco da tua vista’, tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás para tirar o cisco da vista do teu irmão». Quer isto dizer: afasta primeiro, para longe de ti, o ódio: poderás então corrigir aquele a quem amas. E Ele diz «hipócrita» justamente. Censurar os vícios deve ser a atitude própria dos homens justos e bondosos. Ao fazê-lo, os homens maus usurpam um papel; fazem lembrar comediantes que escondem por detrás de uma máscara a sua identidade […].
Quando tivermos de censurar ou corrigir, façamos com escrupulosa preocupação esta pergunta a nós próprios: será que nunca cometemos esse erro? E ficamos curados dele? Mesmo se nunca o tivermos cometido, lembremo-nos de que somos humanos e de que podíamos tê-lo cometido. Se por outro lado o tivermos cometido no passado, lembremo-nos da nossa fragilidade para que a benevolência e não o ódio nos dite reprovação ou censura. Venha o culpado a tornar-se melhor ou pior com a nossa censura benévola – pois o resultado é incerto –, ficaremos ao menos seguros de que o nosso olhar se manteve puro. Mas se na introspecção descobrirmos em nós o mesmo defeito que pretendemos repreender, em vez de admoestar com reprimendas o culpado, choremos com ele; não lhe peçamos que nos obedeça, mas que partilhe o nosso esforço.