Logo do Jubileu da Misericórdia foi apresentado na manha de terça-feira (05/05) – RV – 05/05/2015 11:07
Cidade do Vaticano (RV) – A programação e o logotipo do Jubileu extraordinário da misericórdia foram apresentados esta manhã (05/05) aos jornalistas, em coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Os detalhes foram expostos pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella – responsável pela organização do evento.
De acordo com o Arcebispo, a ideia do Jubileu nasceu em 29 de agosto do ano, quando Francisco lhe manifestou o desejo de convocá-lo. “Conseguimos manter um segredo pontifício”, declarou satisfeito, pois o anúncio “da surpresa” foi feito somente no dia 14 de março deste ano.
Dom Fisichella recordou que o Jubileu da Misericórdia “não é e não deseja ser o Grande Jubileu do Ano 2000. Qualquer comparação, portanto, não tem sentido, porque cada Ano Santo tem as suas peculiaridades e as próprias finalidades”. Trata-se, sobretudo de um Jubileu temático, que assenta fortemente no conteúdo central da fé e pretende recordar à Igreja a sua missão prioritária de ser sinal e testemunho da misericórdia em todos os aspectos da sua vida pastoral.
O Arcebispo explicou que o Papa deseja que este Jubileu não seja vivido somente em Roma, mas também nas Igrejas locais. Pela primeira vez na história dos Jubileus, é oferecida a possibilidade de abrir a Porta Santa – Porta da Misericórdia – nas próprias dioceses, particularmente na Catedral ou numa igreja especialmente significativa ou num Santuário nomeadamente importante para os peregrinos.
Logotipo
Dom Fisichella apresentou também o logotipo do Jubileu, que representa uma “suma teológica” da misericórdia e do lema que o acompanha. No lema, tirado de Lc 6,36, Misericordiosos como o Pai, propõe-se viver a misericórdia seguindo o exemplo do Pai, que pede para não julgar e não condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida (cf. Lc 6,37-38). O logotipo é obra do padre jesuíta M. I. Rupnik. A imagem mostra o Filho que carrega aos seus ombros o homem perdido.
“O desenho é feito de tal forma que realça o Bom Pastor que toca profundamente a carne do homem e o faz com tal amor capaz de lhe mudar a vida. Além disso, um detalhe não é esquecido: o Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem.”
A cena é colocada dentro da amêndoa, também esta é uma figura cara da iconografia antiga e medieval que recorda a presença das duas naturezas, divina e humana, em Cristo. As três ovais concêntricas, de cor progressivamente mais clara para o exterior, sugerem o movimento de Cristo que conduz o homem para fora da noite do pecado e da morte. Por outro lado, a profundidade da cor mais escura também sugere o mistério do amor do Pai que tudo perdoa.
Calendário
Dom Fisichella apresentou ainda o calendário das celebrações, que têm início oficialmente em 8 de dezembro deste ano. “Quisemos que o primeiro evento fosse dedicado a todos aqueles que trabalham na peregrinação, de 19 a 21 de janeiro de 2016. É um sinal que pretendemos dar para deixar claro que o Ano Santo é uma verdadeira peregrinação e deve ser vivida como tal. Pediremos aos peregrinos para fazer um percurso a pé, preparando-se assim para atravessar a Porta Santa com o espírito de fé e de devoção.”
No dia 3 de abril haverá uma celebração destinada a todas as pessoas que se revêm na espiritualidade da misericórdia (movimentos, associações, institutos religiosos). Todas as pessoas do voluntariado caritativo, por sua vez, serão convocadas no dia 4 de setembro. A esfera da espiritualidade mariana terá o seu dia em 9 de outubro para celebrar a Mãe da Misericórdia.
Não faltam eventos dedicados especificamente aos adolescentes crismados: 24 de abril. E os jovens do mundo inteiro são convocados em Cracóvia para a Jornada Mundial da Juventude de 26 a 31 julho.
Outro evento será destinado aos diáconos que por vocação e ministério são chamados a presidir à caridade na vida da comunidade cristã. Para eles haverá o Jubileu a 29 de maio. No 160º aniversário da Festa do Sagrado Coração de Jesus, a 3 de junho, celebrar-se-á o Jubileu dos Sacerdotes. Em 25 de setembro será o Jubileu dos catequistas e das catequistas. Em 12 de junho, haverá o encontro dirigido a todos os doentes, às pessoas com deficiência e àqueles que com amor e dedicação cuidam deles. Em 6 de novembro será celebrado o Jubileu dos presos – um evento inédito. Espera-se que não seja realizado somente nas prisões, mas está sendo estudada a possibilidade para que alguns prisioneiros possam ter a oportunidade de celebrar com o Papa Francisco, em São Pedro, o seu próprio Ano Santo.
Outra novidade será o “missionário da misericórdia” – um sacerdote que seja nas paróquias e dioceses a extensão do Papa Francisco. O “missionário” – cujo envio será feito pelo Papa na Quarta-feira de Cinzas – deverá três características: paciente, bom pregador e bom confessor. A modalidade de escolha dos sacerdotes, que poderão ser também bispos eméritos, ainda está sendo estudada.
Site
O website oficial do Jubileu já foi publicado: www.iubilaeummisericordiae.va, acessível em www.im.va. O website está disponível em sete línguas: italiano, inglês, espanhol, português, francês, alemão e polonês.
No website podem-se encontrar as informações oficiais acerca do calendário dos principais eventos públicos, as indicações para a participação nos eventos com o Santo Padre e todas as outras comunicações oficiais relativas ao Jubileu.
As redes sociais também serão utilizadas para promover o evento, e um aplicativo especial está sendo estudado. Haverá também subsídios divididos em cinco livros, com textos pertinentes à misericórdia.
Segurança
Na próxima semana, haverá a primeira reunião bilateral entre representantes da Santa Sé e autoridades italianas. Na pauta, entre outros temas, a questão da segurança.
“Acreditamos que o tema da Misericórdia com a qual o Papa Francisco colocou a Igreja no caminho jubilar possa ser um momento de verdadeira graça para todos os cristãos e um despertar para continuar no percurso da nova evangelização e conversão pastoral que o Papa nos indicou”, finalizou Dom Rino Fisichella.