Palavra: Ex 3, 7-10
7. “Javé disse: ‘Eu vi muito bem a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor contra seus opressores, e conheço os seus sofrimentos.
8. Por isso, desci para libertá-lo do poder dos egípcios e para fazê-lo subir desta terra para uma terra fértil e espaçosa, onde corre leite e mel, o território dos cananeus, heteus, amoreus, ferezeus, hebreus e jebuseus.
9. O clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e eu estou vendo a opressão com que os egípcios os atormentam.
10. Por isso, vá. Eu envio você ao Faraó, para tirar do Egito o meu povo, os filhos de Israel.”
Iniciamos esta reflexão nos questionando sobre essa miserabilidade que rodeia o mundo desde os tempos remotos. Será o sofrimento algo que faz parte da constituição do ser humano? SIM. Mas primeiro precisamos entender que há formas distintas de pensar sobre o sofrimento. Uma delas encara o sofrimento como uma forma de não se limitar a ele. De uma maneira simples, essa frase pode ser explicada como toda a condição de crescimento de uma criança, que sem chorar pela fome não passa sua mensagem, que pelas quedas vai se erguendo até aprender a caminhar, que ergue o braço e ao tocar as coisas às vezes se machuca até que reconheça seus limites, enfim, são sofrimentos que para a sua condição infantil é um mal necessário, que a levará a ultrapassar e chegar a outros e outros e outros novos obstáculos, que precisarão ser vencidos um a um.
A partir desse sofrimento, vamos interpretando as novas formas de encarar as coisas que nos acontecem e junto a esses enfrentamentos começam a acontecer na mesma proporção os sentimentos, trazendo medos, inseguranças, ansiedade ao ter que lidar com o enfrentamento, gerando um sofrimento interior ainda maior, que consome e que dói sem se saber onde. Esta é a segunda forma de sofrimento, que desajusta, desestrutura e que em muitas situações mata. A única forma de trata-lo é enfrentando, nos tornando maior que ele.
A Leitura de hoje fala de um sofrimento que é proporcionado pelo simples fato de existir num tempo e numa condição que, se não pedimos pra nascer, a própria modernidade já nos lança ao abismo social que nos leva a descartar os valores, nos apresenta uma forma de vida mais cheia de empolgação, nos convida a viver experiências em nome de uma satisfação que se torna inalcançável. À medida que cedemos nos tornamos escravos, vamos bebendo desse veneno à princípio saboroso. Todavia, não temos recurso para lidar com tamanha maldade.
É, isso se chama maldade, porque o mundo está contaminado e cego às Verdades mencionadas por Jesus. O mal leva a nos corromper e desestrutura toda a nossa caminhada. Um dia fomos apresentados ao Pai no Batismo e fomos nos perdendo, crescendo em tamanho e decaindo em fé. Até que a gente acorde pra realidade em que vivemos, vamos ficando por aí, perdidos nas nossas próprias insignificâncias, desvalorizando a vida e o ser humano.
Deus se apieda dessa nossa condição e vai nos trazendo à luz da consciência. É preciso prestar atenção ao chamado de conversão. É preciso confiar a nossa vida a uma nova maneira de pensar e de reinterpretar o que chamamos de felicidade e satisfação. É preciso querer sofrer por algo que realmente valha à pena, já que o sofrer é uma condição humana. Que seja sofrer para crescer e não para decair. Libertar-se das amarras que o mundo nos impulsiona, deixar de usar máscaras, lutar contra a escravização depende da confiança que teremos em nos lançar em um Projeto de Vida Nova. Essa proposta tem em sua fonte um Jesus que é Libertador e que está pronto para nos amparar diante das dificuldades. Contudo, não esperemos que Deus faça a nossa parte. Devemos despertar o desejo e então seguir na direção do Pai que nos espera de braços abertos para nos acolher.
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Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade na Diocese de Blumenau