Palavra: Mc 10 46-52:
“46. Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. Na beira do caminho havia um cego que se chamava Bartimeu, o filho de Timeu; estava sentado, pedindo esmolas.
47. Quando ouviu dizer que era Jesus Nazareno, que estava passando, o cego começou a gritar: ‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!’
48. Muito o repreenderam e mandaram que ficasse quieto. Mas ele gritava ainda mais: ‘Filho de Davi, tem piedade de mim!’
49. Então Jesus parou e disse: ‘Chamem o cego.’ Eles chamaram o cego e disseram: ‘Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você.’
50. O cego largou o manto, deu um pulo e foi até Jesus.
51. Então Jesus lhe perguntou: ‘O que você quer que eu faça por você?’ O cego respondeu: ‘Mestre, eu quero ver de novo. ’
52. Jesus disse: ‘Pode ir, a sua fé curou você.’ No mesmo instante o cego começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho.”
Estamos vivenciando hoje mais um passo da nossa Caminhada de Vida Nova, que começou na semana passada, quando fomos chamados a admitir sobre as nossas falhas, incertezas e atitudes. O Programa de Vida Nova da Pastoral da Sobriedade trata de reconciliar a nossa vida junto a Deus, a partir de reflexões que fazemos a respeito da nossa conduta. Portanto, este não é um desafio apenas para pessoas que se encontram dependentes de drogas ilícitas. É principalmente direcionado àqueles que acreditam que estão fazendo o possível para resolver os dilemas da sua vida, quando o problema parece ser maior que a si mesmo.
A vivência dos Passos da Sobriedade permite que voltemos o olhar para a nossa própria pessoa e retome a nossa caminhada espiritual. É preciso que encontremos força para resistir às tentações. Costumamos apontar para os deslizes alheios e ignorar os nossos desvios. Olhando por este ângulo, as reflexões começam a fazer sentido, pois passamos a compreender que o meio em que vivemos também é resultado das nossas ações, ou quando não, da falta delas.
Se chegamos até aqui, é porque queremos ir mais além, e por termos dado esse primeiro passo, temos a graça nesta semana de saber que não estamos sozinhos nesta caminhada. Deus é conosco e Nele podemos confiar. Temos a chance de nos aproximarmos ainda mais do Seu amor, depositando firmeza sobre nossas incertezas, espalhando segurança sobre nossas dúvidas, pois nunca fomos abandonados, mas agora, também nós nos esforçamos em escolher o caminho que nos dirige ao Reino.
O Passo Confiar permite-nos alcançar compreensão e crescimento pessoal. A fé não é uma opção que podemos adquirir nas horas do desespero, mas é uma necessidade constante. Deus espera por um relacionamento mais íntimo conosco e essa oportunidade se abre para nós em diversas circunstâncias de nossa vida, a qual muitas vezes não conseguimos enxergar por estarmos bastante afastados de Sua Lei, sem dar espaço para que o Espírito Santo se pronuncie em nossa consciência, sem compartilhar nossos segredos, desejos e desafios com o Pai. Dentro da reflexão dos doze passos, em algum momento, vamos nos dar conta da nossa força, uns antes, outros depois, mas é a continuidade que oferece a ocasião oportuna, porque esta ocasião vai se construindo aos poucos.
A Leitura de hoje fala de uma pessoa marginalizada, que estando à beira do caminho onde todos passavam, não era percebido. Porém, ele se dá conta do movimento, procurando saber o que está acontecendo. Neste caso, por iniciativa própria, Bartimeu não espera comodamente a passagem de Jesus, mas põe-se a clamar por Seu nome. Ele quer ser escutado, pois não sabe à que distância Jesus se encontra dele. E grita. Ao mencionar em seu clamor a descendência de Jesus, ele confirma que apesar de sua cegueira, já o reconhece pela Sua história, sabe de quem Ele descende. A expressão “Filho de Davi” refere-se à esperança secular do povo de Israel, de que Deus enviaria um Salvador. Bartimeu, mais que os demais ali presentes, embora cego, reconhece em Jesus a esperança de sua cura, e não exita. Mas acontece, que tentaram fazê-lo calar-se e ele gritou ainda mais alto. E por insistir, conseguiu chamar a atenção de Jesus, e então Jesus o chama até Ele. E lhe é dito: ‘Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você.’
Parece-me que ao ser atendido, o cego hesita por um momento e então segue em frente. Sobre esse fato, podemos dizer que muitos de nós nos comportamos como o cego Bartimeu. Sabemos o que Jesus representa para a nossa vida, sabemos que não conseguiremos ultrapassar grandes barreiras sem a Sua presença nos direcionando, sabemos que em nosso caminho muitos outros passarão oferecendo ilusões, e outros passarão sem que percebam o quanto estamos necessitados. Muitos ainda tentarão nos calar ignorando ou rindo das nossas crenças, mas nossos anseios são mais fortes, a alegria que nos preenche diante do nosso encontro é maior e devemos clamar pela Sua compaixão com toda a nossa fé. E seremos ouvidos. Todavia, Deus nos atende na proporção da nossa confiança e do nosso merecimento, para que nos tornemos pessoas melhores.
No entanto, quando somos convocados a estar diante da Sua presença, muitas vezes procuramos chão para caminhar e não arredamos um passo em Sua direção. Acontece o receio do enfrentamento e o medo de ouvir a pergunta: ‘O que você quer que eu faça por você?’ Será que sabemos o que realmente queremos? Estamos prontos para nos apresentarmos? Estaremos limpos de coração para fazer o nosso pedido? A fé que movimentou Bartimeu é mesma que nos movimenta? E se Jesus disser para nós: … a sua fé curou você.’, estaríamos prontos a segui-lo? Muitas perguntas ainda podem surgir, mas a mais oportuna neste caso é: de qual cegueira precisamos ser curados?
Eis a nossa grande oportunidade. Jesus passa por nós trazendo-nos esperança, sendo o alimento que sacia a nossa fome, e vence conosco o sofrimento e as fraquezas. Devemos lançar um novo olhar a tudo que nos cerca, unindo esperança às oportunidades. A presença de ânimo pode contrariar a alguns pelo rumo que as nossas vidas tomarão, mas devemos estar dispostos a superar novos tipos de obstáculos.
A presença de Jesus se renova na alegria da conversão, a quem reconhecemos como Filho de Deus encarnado, que chega até nós para vencer todos os desafios, todos os percalços do caminho. E aqui, mais uma vez, dentro deste movimento pastoral, venho convidar todos a fazer esta caminhada conosco. Como é de conhecimento de uma grande maioria, estamos realizando o I Encontro Diocesano, de 22 a 24 de junho, e queremos ter a honra da sua presença neste grande evento. Ligue-nos ou entre em contato com o nosso email, contamos com você junto neste desafio. Esta é a sua oportunidade, você está sendo chamado a conhecer esta causa. Estamos lhe aguardando. Reserve a sua inscrição.
9609-4073 (Pe. José – Assessor Eclesiástico PS)
9919-2298 (Malena Andrade – Secretária Diocesana – PS)
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