A verdade liberta
Palavra: Jo 8, 31-36:
31. "Então Jesus disse para as autoridades dos judeus que tinham acreditado Nele: ‘Se vocês guardarem a minha Palavra, vocês de fato serão meus discípulos;
32. conhecerão a verdade e a verdade libertará vocês.’
33. Eles disseram: ‘Nós somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: vocês ficarão livres?’
34. Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: quem comete o pecado é escravo do pecado.
35. O escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica aí para sempre.
36. Por isso. Se o Filho os libertar, vocês realmente ficarão livres’.”
Se admitimos a nossa dependência, temos que admitir a necessidade de conversão. A Palavra de Deus nos revela o caminho para nossa transformação. No centro de ação de Deus está o dom de uma nova consciência, inspirada em Jesus Cristo, que nos dará um espírito novo para que possamos compreender o Seu projeto em nossa vida, nossa família, e na sociedade, colocando-o em prática. Devemos abrir o coração e permitir a ação de Deus em nossa vida.
O Programa de Vida Nova proposto pela Pastoral da Sobriedade auxilia-nos pela compreensão da Palavra a perceber que a Verdade nos liberta, que Jesus é o Caminho. Ele nos renova e nos reconstrói. Deus comprova que seu amor é fiel, que gera liberdade e vida para todos aqueles que com Ele se comprometem. Somos chamados por Deus a dar uma resposta em favor da vida.
Contudo, a nossa resposta, seja positiva ou negativa, ela é sempre comprometedora, porque qualquer que seja, ela trará novas consequências. Todavia, se aceitamos abraçar com fé a nossa sobriedade, admitindo que queremos um mundo melhor ao nosso redor, devemos então começar a transformar primeiramente o nosso coração, a rever os nossos erros e as nossas fraquezas. E ainda que encontremos dificuldades pela frente não devemos esquecer que Deus estará sempre ao nosso lado na presença humana e divina de Jesus Cristo.
Pela ignorância optamos por pecar. Por desconhecer ou por não buscar os caminhos que nos levam à salvação, julgamos que os outros são mais pecadores que nós. Tornamo-nos escravos das nossas próprias dependências, dos nossos pequenos vícios, dos nossos maus hábitos, e ainda temos fôlego para apontar os erros dos outros sem parar para olharmos para a nossa arrogância. Cair em si é o primeiro passo. Admitir que precisamos ser tocados pelo Espírito para iniciarmos esta Caminhada de Vida Nova é a primeira condição para termos uma base fundamentada na fé, buscando orientar-se pelos ensinamentos que Jesus nos deixou.
Será que podemos dar esta resposta hoje? Será que somos capazes de acolher esse chamado do Pai, esse convite a sermos irmãos em Cristo? Como podemos proceder em resposta a essa realidade em que vivemos diante do flagelo das drogas? Se não houver uma ação concreta que reme contra a maré e procure construir uma sociedade onde cada um possa ser justo, dificilmente conseguiremos expressar esse amor da maneira como Deus quer.
Jesus não invade a nossa vida. Ele respeita a nossa vontade, o nosso livre arbítrio. Ele nos ama e quer nos ajudar. Devemos permitir que Jesus entre em nossa vida e mude nossos pensamentos, transforme os nossos relacionamentos e nos fortaleça. A verdadeira transformação só se dará se admitirmos nossas fraquezas e, para superá-las, permanecermos unidos à Jesus.
Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Blumenau