Leitura da Palavra: Pr 23, 29-35:
“29. Para quem são os gemidos? Para quem os lamentos? Para quem as brigas? Para quem as queixas? Para quem os ferimentos sem motivo? Para quem os olhos vermelhos?
30. São para aqueles que bebem o dia inteiro e vivem procurando bebidas misturadas.
31. Não fique fascinado pelo vinho, vendo sua cor e seu brilho, enquanto escorre suavemente no copo.
32. No fim, ele morde como cobra e fere como víbora.
33. Então seus olhos verão coisas estranhas, e sua mente imaginará coisas absurdas.
34. Você ficará como quem está deitado em alto mar ou sentado no topo de um mastro.
35. ‘bateram em mim e eu não senti nada! Eles me deram uma surra, e eu nem percebi! Quando me levantar, vou continuar a beber’.”
As opções que hoje fazemos terão consequências no futuro. Aquele que prejudica a própria vida se lamenta, geme, sofre e se queixa porque o coração quer reconciliar-se com o próprio corpo e com os sentimentos e não consegue. As falhas e as faltas são como o vinho, que a princípio desce suavemente, mas que pode trazer resultados dolorosos e as vezes fatais. Optar pelos vícios é escolher pelo distanciamento de si mesmo. Quando não tomamos consciências das nossas faltas, oprimimos e somos oprimidos, sofremos e fazemos sofrer, nos violentamos e causamos violência, nos tornamos pequenos e egoístas. Tentamos justificar as nossas atitudes assumindo comportamentos insensíveis e ingratos.
Sabenmos que temos nossos erros. E o primeiro passo a dar é reconhecer que essas atitudes estão nos machucando, admitir que dentro do nosso egoísmo não percebemos que nossas práticas, nosso comportamento, o nosso jeito de ser já machucou em muito o outro. Perceber que essas coisas só caem no nosso pesar quando começam a afetar a gente. Iniciar a Caminhada de Vida Nova requer que passemos por cima do nosso orgulho, das máscaras fracassadas que tentamos mantê-las como modelo de correção, de certeza, de segurança, de dedicação.
É muito difícil nos desvencilhar dessas máscaras que tecemos por longo tempo. Agora é o momento de se desfazer delas, assumindo a nossa real identidade de pecados, de estado debilitado, de adoecimento interior, de incertezas. É como se tivesse que se olhar no espelho e se despir, percebendo as feiuras estampadas nas cicatrizes que produzimos no coração por não termos assumido o nosso papel de filho, de pai, mãe, irmão companheiro e companheira. E principalmente por não termos agido conosco mesmos com dignidade.
A Pastoral da Sobriedade vem nos dar a conhecer pela reflexão da Palavra, que não é de hoje que as pessoas fogem do seu comprometimento com a vida, não é de hoje que as pessoas não enfrentam seus medos, não é de hoje que tentam fazer de conta que está tudo bem. Todavia, não adianta tapar o sol com a peneira. A quem tentamos enganar, de quem tentamos nos esconder, se nós mesmos sabemos o quanto precisamos mudar? Acima de nós está o Pai, que também não se deixa enganar.
Portanto, deixemo-nos conduzir por Seu amor e reconheçamos que já está na hora de mudar algumas coisas na nossa vida. Este é um momento especial. O Menino Deus nasce para a humanidade, dando-nos novas oportunidades de renovação, de assumir o leme de nossa vida, sabendo para onde queremos ir. E que a direção seja o coração amoroso do Pai. Um feliz e abençoado Natal!
* Ouça também o Programa de Rádio “Sobriedade em Cristo” que vai ao ar pela Rádio Arca da Aliança – AM 1260 (todas as segundas-feiras, as 12:30h)
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Malena Andrade e Silva – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade na Diocese de Blumenau