Hoje o calendário lembra o Dia dos Professores. Nada melhor recordar, ou seja trazer ao coração, aqueles homens e mulheres que marcaram a nossa vida desde a infância até a idade adulta nos bancos escolares. Não por saudosismo e muito menos por dizer que o passado era perfeito, mas sim para agradecer aqueles que no passado, marcaram o rumo de nossas vidas.
Tempos imemoráveis aqueles, em que rodeados de toda a precariedade, éramos envolvidos em um clima de confiança e bem querer, de um relacionamento onde os professores eram mestres, educadores, amigos, companheiros.
A autoridade era respeitada. A relação de professor aluno era, em muitas vezes, melhor que a de pai e mãe. Agradeço os puxões de orelhas, os deveres de casa multiplicados, as conversas ao pé de ouvido aconselhando e incentivando a vencer os limites. Tempos que não voltam mais.
Hoje é dia de Santa Teresa de Ávila
Com grande alegria celebramos, hoje, a vida de santidade daquela que mereceu ser proclamada “Doutora da Igreja”: Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus). Ela nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico. Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo.
Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.
No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja, por inaugurar um novo caminho de oração, que Teresa, definia como um trato de amizade com Deus.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
Dom Anuar Batisti,
Arcebispo de Maringá, PR