Estamos completando hoje um ciclo e como nos é apresentado o último passo, este é o momento de festejarmos, pois acompanhamos os passos e a cada semana que vivenciamos nestes passos, também fomos convidados a refletir e trabalhar pela sobriedade. Ao nos propormos um projeto de mudança, tivemos no início que desafiar o nosso sofrimento e investir em algo que era diferente de tudo o que já tínhamos feito até então. Este foi o nosso primeiro passo, o mais importante, essencial para essa nova caminhada, na qual nos lançamos.
ADMITIR – este passo se remete exclusivamente à pessoa do eu. Este passo dá um novo significado a esta caminhada de sobriedade, pois reconhecemos que podemos aliviar o fardo quando nos comprometemos com a mudança de vida, quando não nos vitimizamos e assumimos aí a nossa cota de responsabilidade diante dos acontecimentos que nos envolvem. Olhamos para dentro de nós e procuramos ver primeiro o que há de errado conosco, para depois seguirmos para o próximo passo.
CONFIAR – neste passo damos início a um novo processo que é o de acreditar que essa é a melhor opção que fizemos. E acreditando que Deus, com toda a sua sabedoria, jamais nos deixará de lado, poderemos encontrar sentido no amor e entender que se fizermos a nossa parte, o Senhor terá como nos tirar o peso do desgaste, da angústia, da agonia e da culpa.
ENTREGAR – este, muito ligado ao anterior, passa a dar-nos suporte nas dificuldades. É o momento de entrega total. Ainda que estejamos fazendo a nossa parte e não damos conta do sofrimento, do enfrentamento, ainda que as ações exijam muito de nós e nos sintamos sem força para caminhar, temos condições de, neste passo, entregar todas as dificuldades nas mãos de Deus.
ARREPERDER-SE – cada vez que a gente se aproxima mais e mais da Verdade, a nossa própria verdade vai ficando mais clara para nós, e nesse momento, teremos condições de reconhecer as nossas falhas, onde nós erramos e precisamos mudar o comportamento. Julgamos porque queremos esconder as nossas falhas cometendo uma ainda maior, que é o próprio ato de julgar. Então devemos começar a nos arrepender pela nossa maneira de agir com os outros.
CONFESSAR – uma vez arrependidos, vamos tirando a nossa máscara de perfeitos e vamos nos desnudando diante de Deus. Este é o ápice dessa caminhada. É quando a gente passa a sair de dentro da nossa casca, sair da área dos pensamentos e começa a exercitar uma ação concreta. Este é o sentido da confissão: comprometer-se diante de Deus, tendo o Padre como intercessor e testemunha dessa nossa promessa, razão pela qual, muitos argumentam que não precisam dele, pois quando a gente não tem ninguém por testemunho, podemos nos manter omissos.
RENASCER – passando pela dificuldade de enfrentamento deste último passo, poderemos perceber que este passo acontece naturalmente. Estamos convictos de que trabalhando a verdade em nós, seremos dignos de alcançar benefícios que antes desconhecíamos pelo simples fato de não nos darmos oportunidade de conhecê-los.
REPARAR – quando renascidos, podemos entender que aqueles erros que cometemos conosco e com os outros podem ser revertidos. E a primeira das reparações é o nosso pedido de desculpas que deve estar à frente de qualquer ação posterior. Quando erramos, aquele a quem afetamos não estava preparado para receber de nós essas afetações ou prejuízos. Da mesma forma, quando nos desculpamos, talvez também não estejam preparadas para nos perdoar. Precisamos acolher o seu tempo de maturidade para que elas possam aceitar o nosso pedido de desculpas e também a reparação dos danos causados.
PROFESSAR A FÉ – ao trabalharmos para renovar a relação com os outros, tornando-a sincera, estamos por outro lado reconhecendo que este caminho que aceitamos trilhar está trazendo aquilo que tínhamos deixado pra trás, revigorando aquela fonte que deixamos secar por razões pequenas e mesquinhas. Devemos falar das nossas experiências em Cristo, podemos abrir o nosso coração para que outros escutem.
ORAR E VIGIAR – sobretudo, essa é a nossa fórmula de mantermo-nos seguros contra todos os males, é a nossa fórmula para dar conta de lidar com todas as dificuldades. É o que vai nos ajudar a combater os vícios, a repetição dos erros e pecados, o mau hábito dos julgamentos, os desejos fúteis que não trarão nenhum crescimento ao espírito, os maus pensamentos e as más atitudes. Orar e vigiar são duas ações concretas que devem ser exercitadas constantemente. Se todos soubessem do poder da oração, rezaria mais.
SERVIR – não adianta dizermos sim a tudo e não erguermos a manga para o trabalho da obra. Temos que estar dispostos à mudança em corpo e espírito. Muitos precisam de conforto, muitos precisam de atenção e de transformação. Às vezes falamos: mas Senhor, nada sei. Então está na hora de aprender. A grande questão é que antes de tudo precisamos dizer SIM, assim como disse a serva do Senhor.
CELEBRAR – vamos então nos comprometendo com a proposta que Deus nos oferece. Seu Filho presente na ceia para que juntos compartilhemos do Seu amor. Muitos são chamados, poucos atendem ao chamado. Somos nós os escolhidos para fazer parte dessa mesa, para compartilhar desse corpo e desse sangue. Este momento é sublime, pois a partir de então Jesus nos toma pela mão e nos enche do Espírito Santo para que não nos percamos mais.
Este passo de hoje nos traz a alegria de termos chegado ao final de um ciclo que bem ou mal tratamos de investir. Portanto, esta caminhada por si só já é uma conquista para quem a experimentou. Se não estamos prontos ainda, e devo dizer que sempre precisaremos melhorar, temos então novo convite a participar de uma nova caminhada para repararmos onde podemos ser melhores, onde podemos oferecer o nosso apoio e o que teremos em resposta a esse serviço.
Este convite é um trabalho de evangelização, onde eu faço a minha parte, mas ela só se concretiza se você faz a sua e assim por diante. Este passo nos propõe festejar por termos chegado ao final do ciclo. No entanto, devemos aqui, neste momento, nos comprometer com o nosso próprio crescimento em atitudes, em palavras, em pensamentos, em acolhimento, em paciência, em perdão, etc. Seria uma ousadia dizer que não mais precisamos seguir estes 12 passos, pois a cada ciclo que vivenciamos, mais vamos nos dando conta do quanto podemos aprender e ser úteis, aprender e ensinar, aprender e testemunhar, aprender, aprender, aprender.
Que Deus toque o coração de cada um de cada um que atenta para esta leitura e que este ciclo possa ter feito diferença em sua vida. Que as orações e reflexões possam ter entrado em seus ouvidos, se apossado de seus corações, transformado a sua maneira de pensar e que finalmente venham a sair de suas bocas em direção àqueles que necessitam de direção, necessitam de Deus.