Palavra: Lc 15, 20b-24:
20b. “Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou e o cobriu de beijos.
21. Então o Filho disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho’.
22. Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel em seu dedo e sandálias nos seus pés.
23. Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete.
24. Porque este meu filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E começaram a festa.”
O passo de hoje revela a alegria da conversão. Acolher o que diz as Palavras do Evangelho é se dispor a uma mudança que atinge a forma de pensar e agir, e como podemos nos debruçar sobre os critérios e as atitudes de agora em diante. Abandonar os caminhos que nós escolhemos como corretos para abraçar aquilo que Deus nos propõe em Jesus Cristo Libertador, reconhecendo nossas faltas, reconhecendo que deixamos de trilhar o amor firme e perseverante não é tão fácil quanto nos parece. É preciso se abandonar e deixar que o Espírito Santo tome conta da nossa vida, que vá abrindo caminhos e possibilidades para as coisas que não conseguimos ainda enxergar, porque nosso coração está preguiçoso, está acomodado e por causa do orgulho não quer se reconhecer fracassado.
Esse processo de transformação é diário e não adianta querer mudar de uma hora pra outra. A gente tem a vida inteira pra viver essa conversão, um pouco a cada dia. A conversão nada mais é que uma cura interior que nos permite renovar nosso coração para alcançar uma vida plena, de abundância no amor cristão. Portanto, temos a oportunidade de avaliar diariamente as nossas atitudes, os nossos pensamentos e sentimentos. Pecamos, ou faltamos, ou ainda nos tornamos vazios se não colocamos Deus à frente do nosso coração.
Se por ação consciente ou por falta de cuidado atentamos contra a vida ou dignidade, mesmo que seja a nossa própria, estamos contrariando o que nos foi ensinado por Cristo. Se escravizamos, se alienamos a liberdade, se incitamos vícios, maus hábitos, maus costumes, nossos ou de outrem, estamos ferindo também a Jesus em Sua Cruz. Se não nos dispusemos ao auxílio, informação, conscientização de uma vida em sobriedade, não estamos amando o próximo, nem a nós mesmos. Jesus alerta contra o pecado e nos direciona ao caminho da conversão.
O Pai nos recebe e nos presenteia com o seu perdão cada vez que nos mostramos arrependidos. No texto, as roupas novas representam a nova vestimenta com a qual nos apresentamos para o mundo, assumindo esta mudança de Vida Nova. Já não somos mais qualquer um. Temos uma marca, somos cristãos que resolvem assumir essa condição de filhos de Deus. Assumimos a nossa prática religiosa, acolhemos a nossa Igreja. Rezamos para que o Pai nos perceba não pelos nossos pecados, mas pela fé que nos reanima. Quando usamos essa veste estamos mostrando ao mundo que fazemos parte de um povo que acredita que o amor a tudo supera porque deixa de lado tudo o que passou, e o mais importante é o que está por vir.
O anel simboliza poder e autoridade delegada para aquele que pratica a vontade do Pai. A partir do momento em que nos reconhecemos filhos, precisamos também propagar este Reino, para que outras pessoas também se convertam, demonstrando a alegria de estar vivenciando e se suprindo neste amor. O nosso testemunho vai abrindo portas para aqueles que sofrem a flagelação e sentem-se sozinhos em sua dura caminhada. Usar o anel da conversão significa assumir a proposta de Caminhada de Vida Nova, convictos de que podemos nos libertar dos vícios e pecados.
A sandália nos pés vai nos proteger das futuras tentações, se nos mantivermos em oração e vigília. Ela nos torna homens livres, pois foi para tal que cristo nos libertou em Sua Cruz. Todavia, a liberdade pode nos fazer corromper e nos levar a andar descalços (desprotegidos) novamente, porque Deus não nos força a usá-la. Se resguardar na Palavra, ouvir o que Deus tem a nos dizer, aceitar a nossa própria cruz para a nossa redenção é uma escolha nossa. Vejamos que vivenciar o Passo Festejar implica em ganharmos alguns presentes, simbolizando essa opção. Que possamos fazer bom uso através do mistério da fé.
Ouça também o Programa de Rádio “Sobriedade em Cristo” que vai ao ar pela Rádio Arca da Aliança – AM 1260 (todas as segundas-feiras, as 12:30h)
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Malena Andrade e Silva – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade na Diocese de Blumenau