Palavra: Jo 2, 1-2:
1. “No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí.
2. Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.”
Hoje completamos um ciclo do Programa de Vida que a Pastoral da Sobriedade nos apresenta. Para chegar até aqui, talvez tenha sido difícil. No início relutamos para Admitir a nossa dependência. Tivemos que deixar de lado preconceitos, sentimentos de autossuficiência e orgulho para aceitar ajuda. Confiar e Entregar nossa vida a Cristo, e aprender através da experiência dos nossos irmãos. Foi necessário vencer o egoísmo, ser honesto e humilde, para enxergar e aceitar todos os seus defeitos, para Arrependido, Confessar e Renascer para uma nova vida! E com coragem e alegria, fazer as devidas Reparações. Professar a nossa Fé em Deus, que criou todas as coisas e deu a vida por nós. Através da Oração, temos a Paz interior que antes não conhecíamos. E Vigilantes, vivemos a Sobriedade e a beleza de quem conquistou o equilíbrio.
Cada um de nós que chegou até aqui é uma pessoa escolhida e abençoada, que optou pela decisão de trabalhar pela sobriedade. Não somente em causa própria, mas desfrutando a graça de viver o amor Fraterno, se colocando a Serviço do irmão. Celebrando a Eucaristia em comunidade com os irmãos, encontramos força e graça para perseverarmos na caminhada, vencendo as batalhas. E por isso, hoje, estamos Festejando.
Mas alguém pode estar pensando: “Estou participando das reuniões para aprender, mudar de vida, e agora estamos falando de festa? Muitos levavam sua vida em festas e chegaram ao fundo do poço!” A Pastoral da Sobriedade não pode ficar à margem da vida. o Programa de Vida Nova deve estar inserido no contexto “fé e vida”. A Pastoral nos ensina a viver uma vida saudável, otimista e alegre. Uma vida baseada na vida de Jesus. E Jesus era sempre convidado para festas, banquetes e ceias, como acabamos de ver na Palavra de Deus.
O primeiro milagre de Jesus ocorreu em uma festa de casamento, na cidade de Caná da Galiléia. Ele aceitou o convite e compareceu à festa com sua mãe e seus discípulos. E foi nesta festa que Jesus inicou a sua caminhada, resgatando a humanidade de seus pecados, desacorrentando a todos nós dos vícios, da maldade, rumo ao Reino do Pai. Portanto, a presença de Jesus na festa quer nos mostrar que devemos festejar com bênçãos. Quando formos convidados para qualquer festa devemos levar Jesus conosco. E da mesma forma apresentá-lo a todos que ali se encontram.
As festas que Jesus participava tinha sempre um caráter mais profundo do que as festas que hoje vemos ou presenciamos. Elas exteriorizavam alegria e gratidão a Deus, representavam ações de graças por algum motivo muito importante, para compartilhar uma alegria, uma conquista, uma dificuldade ultrapassada. Diferentemente das festas atuais, que são promovidas para buscar ou preencher alegrias que estão faltando. Pode-se dizer que estas festas têm a função de desafogar as mágoas e angústias, têm o caráter de jogar tudo pro alto e barbarizar. As festas atuais trazem como proposta esquecer as dificuldades e favorecer prazeres a curto prazo.
Neste Evangelho Jesus transforma água em vinho e também transforma nossa vida. Não somos apenas convidados a participar da Sua festa, mas a vivenciar esta transformação. Somos convidados a fazer uma Caminhada e a estar aberto a tudo o que nos é ensinado neste percurso. Na verdade, não há festa se não há a alegria do encontro com Deus e é isso que Jesus nos propõe, a trabalharmos este encontro, a nos prepararmos para recebê-lo e festejar com a convicção de que algo foi revolvido em nós.
A nossa conversão não é uma coisa que acontece em um único ciclo. A nossa conversão é diária e precisa ser expandida e regada, assim como uma planta que precisa de sol, de água, de vento, ou seja, de condições para que floreça. Da mesma forma a nossa vida precisa do alimento espiritual, precisa se renovar, precisa amadurecer em pensamento e em sentimento, precisa da força do amor, para que possamos prosperar com paz e tranquilidade. Devemos fazer da nossa vida uma festa para Deus. E devemos sempre convidar Jesus a ocupar o Seu lugar em nosso coração e em todos os momentos que vivemos.
Malena Andrade – Psicóloga assessora da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Blumenau