11º PASSO DA SOBRIEDADE: Senhor, celebrando a Eucaristia em comunidade com os irmãos, teremos força e graça para perseverarmos nesta caminhada. Alimenta-nos no Corpo e Sangue de Jesus.
Palavra: At 2, 42-47:
42. “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações.
43. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam.
44. Todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas;
45. vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um.
46. Diariamente, todos juntos frequentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração.
47. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação.”
Este relato da primeira comunidade cristã nasce do anúncio fundamental da Palavra que provoca a conversão e partilha dos bens e da vida. O termo comunidade traz o seu sentido literal de vida de unidade em comum, onde todos aceitam viver em igualdade de condições para que ninguém se prevaleça ou se sinta inferiorizado. Mas, o mais importante é que acontece também a graça do conhecimento. O Evangelho ensinado e vivenciado pelos apóstolos se espalha através do testemunho concreto dos cristãos e segue adiante, acrescentando vida em abundância aos que desta comunidade fazem parte.
Essa unidade é fundamentada na vontade de Deus, que desperta em nós o desejo de conversão, de mudança dos velhos hábitos, de libertação dos erros, dos vícios e pecados. A prática da oração fraterna estimula a partilha, e na fração do Pão, celebramos a vida. Na Eucaristia tornamo-nos filhos consagrados, que reafirmam a proposta do Pai. O exercício dessa conversão traz uma nova maneira de interpretar o mundo, onde a fraternidade e a partilha substituem a opressão e o poder. O equilíbrio supera a exploração.
Na comunidade autêntica, a única autoridade é a Palavra de Deus. A vida partilhada e celebrada na Eucaristia é o ideal que Jesus propõe para a nossa Igreja, vivenciando o projeto Dele, que nos leva a rever todas as formas de atitude pessoal e em grupo, quer seja na família, quer seja no trabalho ou na localidade onde moramos. Essa reflexão consequentemente faz-nos trabalhar por uma nova sociedade com menos riscos, com mais atenção, com um olhar mais cuidadoso às necessidades dos outros, com exigência e perseverança no combate aos males, sem desperdiçar conhecimentos, favorecendo e oportunizando novas práticas de conhecimento e de atuações de forma solidária e justa.
Quem se dedica a essa transformação, reconhecendo na Palavra a força que vai movimentar nossas próximas ações, e bebendo constantemente desta fonte, certamente alcançaremos o bem comum, que é viver em sobriedade. Comungar o Corpo de Jesus é comprometer-se com Ele e com os irmãos. Somos chamados a viver um processo de conversão, cheio de esperanças em plena igualdade. Nem mais, nem menos que ninguém. O Projeto de Vida Nova se debruça não apenas na sobriedade dos vícios, mas na sobriedade diária, na sobriedade econômica, dos pensamentos, dos desejos e das práticas.
A Pastoral da Sobriedade nos convida a abraçar a nossa fé e dela fazer a base da nossa vida, a aliança com o nosso Deus todo poderoso vai nos dar o sustento necessário para que não caiamos na tentação do egoísmo ou da arrogância. As sementes do bem são espalhadas diariamente. É preciso irrigar, podar, limpar ao redor para que cresça saudável e viçosa. Lembremos que este fazer é nosso, cabe a cada um de nós. Não estamos desamparados. A Palavra de Deus, o testemunho dos santos e mártires, a oração e a Eucaristia são os maiores subsídios que o ser humano pode dispor para alcançar a graça de fazer parte dessa Comunidade Autêntica.