08/05/2015 10:07
Madri (RV) – O Instituto Teológico de Vida Religiosa de Madri (ITVR) e a editora Publicaciones Claretianas organizaram na quarta-feira (06/05), um encontro com o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, que apresentou a sua biografia: “Das periferias do mundo ao Vaticano”.
Falando aos membros de cerca de cinquenta ordens religiosas e amigos do Movimento dos Focolares, presentes no encontro, o Cardeal pediu para “crescer em humanidade” e “ser normais”:
“As coisas normais são as que nos servem. Reconhecer que somos pecadores, como disse o Papa Francisco, mas não corruptos. E que, apesar de tudo, Deus nos ama muitíssimo”, destacou.
Dom João alertou ainda que “não há espaço para uma vida dupla, fazer uma coisa e dizer outra. Não porque seja pecado ou um erro, mas porque temos que oferecer constantemente um testemunho claro do que somos”. “Nosso rosto – continuou – tem que dizer se somos felizes ou não; este é um desafio muito interessante”, reconheceu.
Vida cristã
Em seguida, o Cardeal indicou outra chave da vida cristã hoje: “Temos que respeitar profundamente a diversidade. A diversidade é boa. A uniformidade é uma doença”. Neste sentido, lembrou que para o Santo Padre, “o poliedro, e não a esfera, é a melhor figura para falar da diversidade, porque não esconde as diferenças. Não temos que transformar o outro, mas amar o outro na diversidade”, insistiu.
Segundo Dom João, “a autorreferencialidade é uma doença muito pesada, porque queremos transformar os outros em nós. Isso não está correto. É preciso caminhar na direção contrária e ir ao encontro das pessoas. Existe uma observação do Papa muito interessante. Ele disse que se nós não vamos à periferia, Deus não entra em nós. Se nós somos o centro, Deus não pode entrar. Se somos arrogantes, não existe experiência de Deus, só falaríamos de nós mesmos”, assegurou.
Comunidade
Além disso, o Cardeal-prefeito ressaltou que “a reforma que Francisco quer fazer é irreversível”: “Todos juntos temos que realizá-la, porque a Igreja somos todos os cristãos”, recordou. “Temos que viver a experiência juntos. Sozinhos não somos capazes de fazer nada”. “Temos que fazê-la com o irmão, com os demais”. “Nós devemos caminhar juntos”, insistiu.
Finalmente, ressaltou que não há lugar para uma Igreja de classes e castas: “Ainda temos uma Igreja dividida em classes”, lamentou. E sobre os leigos disse que “não são proletários do espírito. Não é verdade… São batizados, têm a Cristo dentro de si mesmos, seu dom. A vocação cristã é viver com todos”.
(CM-Agência Zenit)