A existência humana faz experimentar tanto a insatisfação do transitório como a nostalgia da eternidade. É a caducidade das coisas e de nós mesmos que nos faz desejar a plenitude, a divinização, onde todos os verdadeiros sonhos se realizam.
As religiões prestam inalienável serviço à humanidade na medida em que chamam as pessoas a não se fixarem no que é terreno. Pois esta se apresenta como uma parte do todo e, portanto, incompleta, carente de plena satisfação. Superficialidade que repercute em comportamentos indesejados, como a violência, os vícios, a mentira, o ódio, tão nocivos a uma convivência harmoniosa, pacífica, promissora.
O tempo de Advento, de longa tradição histórica, inicia-se novamente neste final de semana. Celebra-se o primeiro dos quatro domingos que nos preparam para o Natal. João Batista aparece como figura bíblica e profética deste tempo. Foi ele quem anunciou o nascimento de Jesus Cristo, o Messias e Salvador. A palavra Advento significa exatamente chegada de alguém esperado, desejado, pedido.
Nestas quatro semanas, a Igreja propõe intensa Campanha de Evangelização, empenhando-se em despertar as pessoas, a comunidade, para um tempo de reflexão e conversão. Ilumina e dá consistência a essa campanha o testemunho de vida de João Batista: “Eu vi e por isso dou testemunho: Ele é o filho de Deus”. Mais do que luzes e cores, bebidas e comidas, ritmos e melodias, Advento é fazer brilhar a presença santificadora em cada um de nós, na família, na sociedade, na natureza.
Em pleno Ano da Fé, instituído para comemorar o cinquentenário do Concilio Vaticano II, João é mensagem de fé a todo cristão e pessoa de boa vontade. Acreditar em si mesmo, em Deus, nos valores que valem, e para isso empenhar a própria vida significa antecipar a vitória definitiva contra todo erro e todo mal, contra toda carência e pecado. Significa permear o transitório de sinais do definitivo e eterno.
RAUL KESTRING|Padre
30/11/2012 | N° 12742